Perfil

Nasceu em 21 de março de 1964, em uma pequena cidade do sertão da Paraíba. Aos cinco anos, seus pais se mudam para Mato Grosso e, depois, para Rondônia.(...)
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Histórico

Brasil dividido

Existe um aparente consenso no mercado de que a economia brasileira caminha mal. Tal afirmação, como revelam as pesquisas presidenciais, está presente também nas classes A e B. Por outro lado, as pesquisas para presidente da República revelam que a classe C está satisfeita com a economia atual, mas com receio de perder conquistas, e a classe D continua satisfeita. A opinião do mercado é semelhante a das classes A e B. No entanto, difere das visões de mundo das classes C e D. Qual é a razão destas diferenças?

O mercado está assustado. A razão para o temor é simples: a presidenta Dilma errou, inicialmente, na condução da política econômica brasileira. Dilma e a sua equipe titubearam quanto à agenda de políticas econômicas que deveriam adotar. Por isso, perderam a confiança do mercado.

A iniciativa privada é importante para o desenvolvimento da infraestrutura brasileira? Obviamente que sim. Porém, a presidente relutou em aceitar a iniciativa privada como coparticipante da ampliação e qualificação da infraestrutura. O controle do gasto público sempre foi um objetivo dos governos petistas, isto não deve ser negado. Porém, o governo Dilma usou de artifícios orçamentários para manter o equilíbrio fiscal e o mercado não aceitou esta contabilidade criativa. A taxa da inflação fora da meta também preocupa o mercado.

As classes A e B receiam em perder poder de comprar em razão do aumento da inflação. Além disto, estão inquietas com as greves, imobilidade nos centros urbanos, falta de segurança pública eficiente e com a classe política. Esta inquietude não só afeta a presidenta Dilma, mas os políticos de modo geral. Ressalto, entretanto, que as pesquisas presidenciais revelam que as classes A e B pretendem votar em candidatos da oposição na eleição presidencial deste ano.

As classes C e D foram e ainda são beneficiadas pelas ações dos governos petistas. O conjunto de programas sociais, como “Mais Médicos”, Pronatec, Prouni e Bolsa Família atendem as demandas destas classes. Por isto, a presidenta Dilma ainda mantém bons índices de avaliação e de intenções de voto nestes segmentos. Entretanto, pesquisas qualitativas revelam que parte da classe C está temerosa em perder conquistas e desejando mais – no caso, ampliação da renda e serviços públicos qualificados.

O momento atual do Brasil é de profunda divisão social. Relutei em afirmar isto, mas, os dados advindos de variados institutos de pesquisas que divulgam o desempenho dos presidenciáveis revelam isto. A divisão social, aparentemente, não assusta, já que classes sociais têm visões diferentes e os interesses do mercado nem sempre são similares ao da sociedade. Porém, ao refletir vagarosamente, tenho receio dessa clivagem social, pois poderemos ter, em breve, independente de quem seja o presidenciável eleito, um presidente amado por uns, odiado por outros, e sem condições adequadas para continuar a mudar o Brasil.

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