Perfil

Nasceu em 21 de março de 1964, em uma pequena cidade do sertão da Paraíba. Aos cinco anos, seus pais se mudam para Mato Grosso e, depois, para Rondônia.(...)
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Histórico

Apagão profissional no País

Temos presenciado e participado, desde os anos 90, das transformações estruturais que configuram a globalização econômica. Tanto as mudanças como as crises que enfrentamos nesses últimos anos têm gerado rupturas nas formas tradicionais. Da explosão tecnológica à crise financeira dos últimos anos, não faltaram motivos que nos tirassem de nossa zona de conforto. Muita água rolou debaixo de nossa ponte, e as mudanças foram significativas. Mudamos nossa visão, nossas ofertas, nossos modelos de trabalho, nossas exigências e expectativas. Espelham este novo cenário a crescente integração, a multiplicidade e multiplicação de produtos e de serviços, a tendência à conglomeração e alianças estratégicas entre empresas que buscam avidamente competitividade através do uso das tecnologias informacionais e de novas formas de gestão do trabalho.

Mas, já há algum tempo, os especialistas vêm alertando para um “apagão” profissional no País. Após um longo período de inanição, deitado em berço esplendido, o Brasil voltou a crescer e a enfrentar a carência de mão de obra qualificada em quase todos os setores produtivos. O motivo é o descompasso entre o crescimento da economia, as exigências de maior qualificação devido aos avanços tecnológicos e o descaso histórico com a educação.

Apesar do estrago causado pela crise global na geração de empregos formais em 2009, a oferta de vagas foi a maior da década. No mercado de trabalho para profissionais com nível superior, a falta de candidatos com especialização foi mais crítica ainda. A sobra de vagas nos principais setores produtivos está diretamente relacionada à retomada da economia. Como exemplo, podemos citar o setor da construção civil que, pelo fraco desempenho até 2003, desencorajou a formação profissional. Estudos realizados pela indústria apontam para um aumento do desequilíbrio entre oferta e procura por mão de obra qualificada até 2014, exigindo a formação profissional de cerca de três milhões de trabalhadores por ano para atender a demanda do setor.

O mercado de trabalho chega a 2010 precisando vencer um dos maiores entraves ao seu desenvolvimento: falta de pessoal qualificado. E com um agravante, o gargalo de mão de obra agora se espalha por profissões que atendem a diferentes setores, de engenheiros a educadores e médicos. Não que faltem candidatos interessados em oportunidades abertas pela retomada de investimentos e a chegada de novos players internacionais. Mas, em um mercado que se expande e se transforma simultaneamente, o desafio tem sido encontrar perfis adequados para dar conta das novas necessidades.

O novo mercado exige, cada vez mais, o desempenho do trabalho em equipe, fundamentado em planejamento, pensamento estratégico, visão de negócio e, sobretudo, capacidade de articulação de múltiplas disciplinas. Neste novo contexto, não se trata apenas de integrar disciplinas e conhecimento – são os profissionais que, em última instância, precisam aprender a trabalhar integrados. Em decorrência, as competências comportamentais, como abertura ao aprendizado, resiliência e capacidade relacional, passam a valer tanto, ou até mais, do que as qualificações técnicas e tornam-se um ativo e um diferencial competitivo valioso.

É por isso que atrair, desenvolver e reter talentos é um fator crítico de sucesso para as empresas modernas, onde a gestão profissional de pessoas tem priorizado profissionais que somam competências técnicas e comportamentais, com alinhamento ao projeto da empresa e compromisso com meta. Tanto é que, diante das dificuldades em conseguir profissionais qualificados no mercado, algumas empresas estão buscando talentos dentro das faculdades e universidades. São empresas que acreditam que as mudanças e transformações irão se acelerar. São empresas que lideraram essa década, e que em comum têm a capacidade de transformação e adaptação às novas exigências de mercado.

O mundo mudou. O Brasil mudou para melhor. Enterramos o espectro inflacionário, nossa economia resistiu à crise que abalou a maioria dos países desenvolvidos e a taxa de escolaridade média avançou bastante. Ainda não é a ideal, mas duplicamos o número de pessoas com mais de oito anos de escolaridade e diminuiu pela metade o número de analfabetos. Esse “apagão” profissional no País não será resolvido da noite para o dia, mas o povo brasileiro, mais uma vez, com sua incrível capacidade de adaptação irá, aos poucos, capacitar-se para as novas exigências da mundialização dos mercados.

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