Perfil

Nasceu em 21 de março de 1964, em uma pequena cidade do sertão da Paraíba. Aos cinco anos, seus pais se mudam para Mato Grosso e, depois, para Rondônia.(...)
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Histórico

A guerra brasileira

O Brasil esteve de fora das grandes guerras mundiais que destruíram vidas e derrubaram economias. Mas o País não soube olhar para o próprio umbigo. O confronto entre policiais e traficantes que acontece hoje no Rio de Janeiro mostra até onde o Brasil chegou por ter ficado décadas de olhos fechados. Agora, brasileiros estão assustados com o que sempre esteve ali o tempo inteiro, e culminou com uma verdadeira guerra civil, em plena cidade maravilhosa.

Os problemas ocorridos com o tráfico de drogas acontece há muitos anos nas periferias de grandes capitais do Brasil. Os morros do Rio de Janeiro são apenas um exemplo. O maior deles, aliás. Mas agora a guerra civil, que sempre ocorreu de maneira camuflada, desce o morro e toma as ruas da cidade. E a dimensão disso é maior do que se imagina. O Brasil está estampado na capa dos principais jornais de diversos países. Está sendo transmitido, ao vivo e a cores, para todo o mundo. E o agravante disto se chama “Copa do Mundo”. O temor pela insegurança acontece no País que receberá os próximos jogos mundiais e abrigará centenas de milhares de visitantes que assistirão à Copa em solo verde-amarelo.

O mundo viu. De um lado, centenas de bandidos fortemente armados e mostrando que trata-se de um “crime mais que organizado”. Do outro, não apenas policiais militares, mas a presença das Forças Armadas. Está certo que as Unidades de Polícia Pacificadora (as UPPs) têm, de fato, obtido resultados visíveis, com o apoio também da população. O Rio de Janeiro, e o Brasil, finalmente começam a garantir o resgate da cidadania.

A favela do Alemão, no Subúrbio do Rio, conta agora com a presença maciça dos policiais, mas eles agora estão por toda a cidade, numa operação para prender os traficantes que possam ter fugido da favela, dominada pelas Forças Armadas. São mais de 21 mil policiais militares somente na Região Metropolitana do Rio. É o mínimo que se poderia fazer. E – pior – é o máximo também. Infelizmente o Governo Federal não pode fazer mais que isso. Não há como ir além e combater, da noite para o dia, um crime tão organizado e que começou pelo menos na década de 70.

A guerra que o cidadão brasileiro e também o mundo assistem hoje poderia ter sido evitada. O caso do Rio de Janeiro tão somente é resultado de um descaso do nosso judiciário, do fracionamento da atividade policial e da morosidade da Justiça brasileira. O que o País está assistindo em cores pela televisão deve-se à inércia dos parlamentares e à negligência do Executivo. E, como se não bastasse, em quatro anos, o Brasil promoverá um dos maiores jogos esportivos do mundo. A pergunta que fica é: o País pode mesmo abrir as portas para o mundo? Espero que, daqui para lá, possa, sim.

Uma Resposta para “A guerra brasileira”

  • Concordo plenamente. Um dia a bomba iria estourar e estourou! O nosso sistema judiciário e penintenciário falho, lento e ineficaz, além de falta de oportunidades pra crianças não entrarem no mundo do tráfico fizeram com que essa guerra acontecesse. Agora é rezar pra que essa atitude tomada a curto prazo, e creio que a única viável, dê certo. E que, depois disso, o país abra os olhos e veja que MUITA coisa tem que mudar.

    Belo texto Janguiê! Valeu :)

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