Perfil

Nasceu em 21 de março de 1964, em uma pequena cidade do sertão da Paraíba. Aos cinco anos, seus pais se mudam para Mato Grosso e, depois, para Rondônia.(...)
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Histórico

A greve e o caos

Poderia ser uma cena de filme de guerra. Entretanto, não foi. A greve da polícia militar em Pernambuco causou uma série de vandalismos que envergonhou grande parte da população pernambucana. O pânico causado pela ocorrência de assaltos e arrastões se instalou em várias cidades, obrigando lojas, supermercados, escritórios, órgãos públicos e faculdades suspenderam suas atividades.

O desespero da população e o clima de insegurança se disseminaram a partir da onda de saques ocorridos na noite do primeiro dia de greve em Abreu e Lima, região metropolitana do Recife. Centenas de lojas de eletrodomésticos, eletrônicos, roupas e supermercados foram arrombadas e as pessoas carregavam, sem nenhum pudor e da forma como podiam, geladeiras, fogões, televisores, computadores e tudo mais que pudessem. Junto a essas cenas, foram ônibus e carros incendiados em vários pontos das cidades.

Não diferente de Pernambuco, em São Paulo o caos também se espalha, mas devido à greve de motoristas e cobradores de ônibus. Os usuários dos transportes públicos ficaram completamente sem ônibus e muitos deles tiveram que se dirigir para o trabalho e escolas a pé, em percursos que duravam horas, de dia ou à noite. Ficando ainda mais expostos a violência das ruas.

Em ambos os movimentos, o que se vê é o total desrespeito com a população. As cenas de saques e vandalismo em Pernambuco ou de centenas de ônibus depredados pelos próprios motoristas e cobradores grevistas em São Paulo, tudo isso faltando poucos dias para a realização da Copa do Mundo de Futebol no Brasil, trazem uma reflexão: será que as cidades-sede da Copa estão preparadas para enfrentar a crise de segurança pública ou no transporte público? E como agir caso esses episódios se repitam durante a realização do evento?

No caso de Abreu e Lima, a postura do delegado local em dizer que revistaria casa por casa da cidade para recuperar os produtos roubados e prender os vândalos, resultaram em uma “onda de arrependimento” dos saqueadores. Os produtos roubados começaram a ser devolvidos na delegacia ou abandonados nas ruas. No entanto, a devolução dos produtos não isenta legalmente a culpa de quem praticou os saques ou apaga os momentos de guerra vividos nas cidades. Apenas minimizará os prejuízos dos comerciantes que conseguirem reaver alguns produtos.

Infelizmente, pelo momento vivido no País, os governantes têm sido pressionados por determinadas categorias a tentar resolver os movimentos grevistas o mais rápido possível. É certo que o salário do policial e dos motoristas e cobradores no Brasil é baixo, entretanto, a sociedade não pode pagar o prejuízo. As corporações precisam entender que, agindo dessa forma, só vão ganhar o repúdio da opinião pública, já que a população se sentiu desprotegida e entregue aos criminosos. Aqueles que trabalham para manter a segurança pública não devem fazer greve. Existem outras formas de negociar.

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