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Nasceu em 21 de março de 1964, em uma pequena cidade do sertão da Paraíba. Aos cinco anos, seus pais se mudam para Mato Grosso e, depois, para Rondônia.(...)
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A força dos boatos e o uso correto das redes sociais

Estamos em 2012, avanço tecnológico e facilidade de acesso à internet fazem parte de nosso cotidiano. Mas, a mesma facilidade, que deveria servir para ajudar, por muitas vezes espalha boatos que causam pânico e comoção em boa parte da população.

Voltando ao tempo, em julho de 1975, o Recife, em Pernambuco, passou por uma das piores enchentes da sua história, com cerca de 80% da população atingida. Quando a população, ainda fragilizada, contabilizava os estragos deixados pela chuva, o pânico se instalou novamente na cidade após o alarde de que a barragem de Tapacurá, que tem capacidade para acumular 94 milhões de metros cúbicos de água, havia estourado.

Com o crescimento do acesso às redes sociais, como o twitter e facebook, que são frequentemente usadas para publicação de ideias e informações, surgiu também um meio de comunicação para propagação de boatos. E não são poucos. Em Natal, no Rio Grande do Norte, após um terremoto de magnitude 6 na escala Richter ser registrado a 1.276 km do litoral, em 2011, centenas de pessoas usaram o twitter para postar mensagens sobre possíveis ondas gigantes no litoral local.

Em maio do mesmo ano, no Recife, o boato sobre o possível rompimento de Tapacurá se repetiu. À tarde da cidade transformou-se em um verdadeiro caos. Escolas, universidades, repartições, escritórios e lojas fecharam suas portas, as ruas ficaram completamente congestionadas de automóveis, ônibus e centenas de pedestres apressados. O sentimento de medo voltou a generalizar-se.

Dezenas de atores e cantores já foram mortos via twitter, a última “vítima” foi o humorista Chico Anysio. Finalmente, o que está errado? Algum tempo atrás as redes sociais eram apenas um motivo de diversão e eram usadas por jovens ociosos com o objetivo de se criar uma rede de amigos, conhecidos ou não, e de manter contato com aquelas pessoas que viviam longe. Hoje, os perfis disponíveis nas redes incluem empresas, que aproveitam o crescimento desse tipo de ferramenta para negociar, divulgar e aparecer para o mercado.

Caro leitor e atenta leitora. O maior problema das redes sociais é a falta de veracidade das mensagens que são jogadas na internet e que acabam sendo absorvidas como reais. O twitter surgiu para tornar a informação mais rápida e ágil, o que vem sendo bem executado nos perfis informativos, como os de trânsito, por exemplo. Ferramentas que podem ser tão importantes quando usadas com responsabilidade, não podem perder a essência. Alguns acontecimentos tiveram uma intensa participação da população através das redes, como as enchentes no interior de Pernambuco em 2010 e 2011, e também foi através delas que a sociedade se mobilizou para ajudar os que necessitavam.

É preciso, em primeiro lugar, ter consciência do que uma publicação na internet é capaz de causar.

5 Respostas para “A força dos boatos e o uso correto das redes sociais”

  • Conceição Torres:

    Dr. Janguiê,
    Sempre que escuto sobre a força do boato me vem a mente um filme intitulado “um sinal de esperança” (Título original: Jakob the liar). A sinopse do filme revela o seguinte: “Na Polônia ocupada pelos nazistas, em plena Segunda Guerra Mundial, Jakob Robin Williams), um comerciante empobrecido, traz esperança e humor num gueto judeu, ao reportar boletins fictícios sobre os passos das tropas da Aliança para derrotar o exército de Hitler. Mas quando os soldados alemães tomam conhecimento da fictícia rádio, eles partem em busca do suposto herói que vem mantendo acesa a chama da resistência”.
    Trata-se de um filme de 1999, mas que revela o quanto uma população na dor pode ser conduzida pelo imaginário de uma única pesssoa para a esperança. Seria possível espalhar boas notícias para a sociedade atualmente? o filme mostra que sim. Por outro lado, na atual sociedade de consumo, o que observamos é o contrário. Notícias distorcidas, com a maldade descrita no seu texto. A consequência é inexorável: mortes, desespero. Bem… lamentável! mas ainda teimo com meus alunos: busque, pesquise e procure a possível verdade, pois ELA liberta. Se cada um um fizer um pouco, nem que seja um poquinho do bem dá resultado. Para maiores informações sobre o filme ver o link http://www.adorocinema.com/filmes/sinal-de-esperanca/.

  • Joao Ricardo:

    Parabens Janguie!

  • Kildare Oliveira:

    Mais uma vez lendo mais um dos seus artigos, fico com a nítida impressão de que precisamos de um maior zelo com a conciência coletiva, lembro bem do dia recente do boato sobre Tapacurá onde encontrei uma amiga em desespero em pleno centro do Recife, dos trastornos desnecessários causados a uam cidade já tão castigaga por diversos outros problemas. Tudo isso, por conta do egoísmo, da irresponsabilidade, individualismo e falta de zelo com que as pesoas usam um instrumento que pode trazer inúmros benefícios a qualquer sociadade.

  • Boato é uma mentira que dependendo da quantidade de pessoas que a propague se transforma em verdade. Muito bem pensando o texto! Acredito que deveríamos criar uma forma de controle da internet de uma maneira geral (redes sociais, sites, blogs etc), isso no futuro pode ser muito prejudicial a vida em sociedade.

  • Antonio Pereira:

    Muito bom o artigo!!!

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