A aliança Eduardo e Marina
A corrida presidencial brasileira começa, definitivamente, a tomar rumo. Se a atual presidenta, Dilma Rousseff, será a candidata do Partido dos Trabalhadores (PT) a reeleição, as outras legendas importantes do país começam a articular suas coligações e seus candidatos. Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidente nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB) é o nome mais provável do partido, que anunciou recentemente a filiação da ex-senadora, Marina Silva.
Para surpresa de muitos e depois de alguns meses de muita conversa, após o fracasso no registro do seu partido, a Rede Sustentabilidade, Marina Silva se aliou ao governador mais bem avaliado do país para concorrer as eleições de 2014. Mesmo sem confirmar sua candidatura à presidência, com o anúncio da aliança, Eduardo, que em pesquisas do Datafolha, do início de agosto, tinha apenas 8% de intenções de votos, atingiu 15%, contra 42% de Dilma Rousseff e 21% de Aécio Neves.
De fato, apesar do belo trabalho feito em Pernambuco, Eduardo Campos ainda não é nacionalmente conhecido. No entanto, ele sempre teve o perfil de articulador político e esta qualidade foi reconhecida ainda durante o governo Lula. A coligação do governador conta com 14 partidos, e a administração de Pernambuco conta com os aliados que o ajudaram na eleição de 2006 e na reeleição em 2010. Além disso, é inegável que as estratégias de restabelecer as relações com grandes nomes da política local e nacional, como Jarbas Vasconcelos, fazem diferença na corrida presidencial.
Voltando a aliança Campos e Marina, a decisão da ex-senadora se deu depois do convite recebido por oito legendas e de analises centradas no PSB e no PPS devido a dois fatores: as duas legendas têm integrantes e atuação relativamente similar às pretendidas pela Rede Sustentabilidade e por ambos terem estruturas nacionais e estaduais. Não menos importante, Marina Silva não poderia ficar sem partido, correndo o risco passar 4 anos longe da política e ser esquecida pelos eleitores.
Já Campos encerra seu mandato como governador de Pernambuco em 2014 como o mais bem avaliado do país. Aceito pela grande maioria dos pernambucanos, os investimentos feitos pelo governo foram claros e é evidente que mudaram a cara do Estado. Almejando a presidência do Brasil, este é o momento de Eduardo se fazer conhecido no país, desafiando a política do PT com novas ideias.
A aliança de Eduardo e Marina chega para movimentar a política nacional e porque não dizer que ela tem potencial para incentivar a população a querer mudanças, já que a sociedade está descrente e farto de maus exemplos dos parlamentares corruptos e impunes. A partir de agora, espera-se ansiosamente a confirmação da chapa presidencial Eduardo-Marina, que só deve acontecer em meados de 2014. Só então saberemos qual será a postura adotada por ambos na corrida presidencial. No entanto, se levarmos em consideração o histórico dos dois políticos, o PT terá muito trabalho com a oposição.