Perfil

Nasceu em 21 de março de 1964, em uma pequena cidade do sertão da Paraíba. Aos cinco anos, seus pais se mudam para Mato Grosso e, depois, para Rondônia.(...)
Saiba mais.

Vale a pena

Histórico

Falta confiança na política nacional

O Brasil enfrenta sua pior crise política e econômica da história. Entretanto, engana-se quem pensa que o problema brasileiro é econômico. Fato é que, o maior de todos os problemas atuais do Brasil, está na crise ética e moral que permeia a maioria dos setores nacionais. A cada dia, mais um político é denunciado por práticas de corrupção e o governo não consegue manter uma estabilidade para pensar caminhos de recuperação.

A Operação Lava Jato, de longe a maior ação contra a corrupção nacional, iniciou seus trabalhos de uma forma pequena e ganhou apoio da população. Em três anos, foram julgados 650 recursos decorrentes das investigações. Aliado a isso, a população brasileira não é mais indiferente aos escândalos políticos e cobra, cada vez mais, punição aos envolvidos.

Nos últimos trinta anos, o Brasil passou por crises econômicas, dois impeachments, mensalão e Lava Jato. A nova crise política, que se instaurou com as denúncias ao atual presidente Michel Temer, fez o mercado entrar em pânico com o dólar cotado acima de R$ 3,40, e a Bovespa chegou a interromper os negócios depois de cair mais de 10%. O cenário também trouxe incertezas em relação ao andamento das reformas Previdenciária e Trabalhista, que se encontram em tramitação no Congresso.

Tantas incertezas quanto ao futuro político do Brasil trouxeram consequências econômicas violentas e somente após a resolução disso será possível saber a direção da economia no país. A maior dúvida é quanto a retomada de investimentos. As inseguranças políticas que afetam a economia também impactam de forma negativa a percepção de melhora no rating – nota emitida pelas agências de classificação de risco para o país -, já que a aprovação da reforma da Previdência, proposta pelo atual governo, era considerada uma das etapas para melhorar o grau de investimento do país. Sem eles, é quase impossível garantir a queda do desemprego e o cumprimento das metas de inflação.

O Brasil não tem um histórico de referências positivas na relação de confiança entre político e eleitor. A grande maioria dos candidatos promete as mesmas coisas ao eleitorado: saúde, educação, segurança e infraestrutura, mas depois que acabam as eleições, esquecem do povo e esse mesmo povo, por muitas vezes, esquece em quem votou. E, assim, o ciclo continua, até a chegada do próximo período eleitoral.

O Brasil é uma república. A palavra república vem do latim “res publica” e significa “coisa pública”, que é de todos. Apesar de ainda engatinharmos na democracia, a confiança é o “coração” do ideal republicano. Infelizmente, o Brasil tem sido alvo de uma corrupção sem precedentes, e o principal prejuízo causado por esta é a falta de confiança nacional. Seja a confiança de uma pessoa na outra, seja a confiança nas autoridades e nos demais representantes da sociedade.

A confiança não é um sentimento que se conquista da noite para o dia, mas deve ser trabalhada ao longo do tempo e com muita demonstração na atitude diária. É uma construção que precisa de continuidade. Em um país onde a política virou, para muitos, profissão, as relações interpessoais são definitivamente a imagem de quem você é e, logo, ser confiável significa solidez.

Atentos leitores, caras leitoras, saibam que a confiança é fundamental para a construção de uma política sólida e eficaz. E neste caso, a velocidade e o tempo para a construção de confiança são inversamente proporcionais a perda desta.

Deixe um comentário