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Nasceu em 21 de março de 1964, em uma pequena cidade do sertão da Paraíba. Aos cinco anos, seus pais se mudam para Mato Grosso e, depois, para Rondônia.(...)
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Histórico

Uma tragédia anunciada?

Mais de quatro mil mortos, sete mil feridos e um milhão de pessoas precisando de ajuda humanitária. Esses são dados após a tragédia causada por um terremoto de magnitude 7,8 na escala de Richter, no Nepal na última semana. A placa tectônica indiana se movimentou quatro metros em apenas vinte segundos, quando o comum era de 5 centímetros por ano.

Dias após o tremor e ainda em processo de resgate de feridos e vítimas, chamamos a atenção para as seguintes questões: sabia-se que Kathmandu, capital do Nepal, fica na falha geológica onde se chocam as placas tectônicas da Índia e Euro-Ásia, tornando-a uma das cidades mais vulneráveis do mundo. Acrescentem a isso os registros históricos, que indicam que o período de retorno de um sismo de magnitude 8 na região é de cerca de 75 anos, sendo que, segundo a National Society for Earthquake Technology do Nepal – o último tinha sido em 1934.

Teria sido esta uma tragédia anunciada?

O Nepal é um dos países mais pobres e menos desenvolvidos do mundo. Localizado em uma região com alto risco sísmico, com 28 milhões de habitantes e com PIB per capita de aproximadamente mil dólares, para muitos especialistas a má qualidade das construções locais é uma das razões que explica o elevado número de vítimas e o efeito devastador do terremoto.

O custo total da reconstrução no Nepal, usando padrões de construção apropriados para uma região com muitos tremores, pode superar os cinco bilhões de dólares, o que equivale a aproximadamente 20% do PIB do país. Um grande desafio.

Podemos dizer que não há semelhanças entre a tragédia no Nepal e o Brasil. Por um lado, sim. O Brasil não possui registros históricos de terremotos, já que ficamos localizados em um conjunto de placas tectônicas muito antigas e com pouca, ou nenhuma atividade. Entretanto, vivemos tragédias que, assim como o Nepal, são anunciadas e não são prevenidas.

Se em 1934, mais 18.000 mil pessoas morreram em todo o Nepal e na Índia devido a um tremor, o que dizer das centenas de pessoas que morrem todos os anos com as enchentes que ocorrem por todo o Brasil nos períodos de chuvas? Ou das centenas de desabrigados devido aos desabamentos de barreiras?

O mundo deve, sim, se unir para ajudar na reconstrução do Nepal e no apoio aos sobreviventes. No entanto, é preciso que esta tragédia sirva de exemplo a todos os países que, de uma forma ou de outra, são atingidos por desastres naturais que podem ser prevenidos e minimizados.

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